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Casos Clínicos

       Estes casos clínicos pretendem chamar a atenção para o consumo de esteróides androgénicos anabolizantes, os quais poderão lesar a saúde dos atletas de modo irreversível. É da responsabilidade de todos os agentes desportivos manter uma atitude vigilante e de aconselhamento. Os jovens e os praticantes não profissionais têm-se revelado grupos de risco. Deve ter-se também atenção aos suplementos ergogénicos pelo risco de contaminação com substâncias proibidas.

 

Caso 1: [19]

 

       Homem de 32 anos de idade, militar em atividade no Afeganistão, praticante de musculação (4 horas diárias) foi observado por quadro de icterícia progressiva, com 4 semanas de evolução, perda ponderal de 9 Kg em 7 semanas (maior que 10% do peso total), acompanhado por anorexia, náuseas e colúria. Permaneceu em internamento 22 dias e após a normalização das aminotransferases o militar foi reintegrado no serviço e retomou a sua actividade física com indicação de proibição de uso de anabolizantes e de suplementos ergogénicos.

       Não apresentava febre, dor abdominal, prurido, rash cutâneo ou equimoses fáceis. Não referiu comportamentos sexuais de risco ou uso de estupefacientes injetáveis nos 12 meses antecedentes à sua projecção no teatro de operações. Nas oito semanas que antecederam o início do quadro clínico esteve em operações que envolveram contacto com autóctones afegãos, consumo de água e géneros alimentícios locais. Nos seus hábitos farmacológicos constava o consumo de estanozolol per os com fins desportivos, em ciclo de 8 semanas, inicialmente 5 mg/dia, com acréscimo progressivo e pico de consumo de 25mg/dia, e paragem na semana do início da icterícia. Consumia suplementos proteicos, vitamínicos e para emagrecimento com cafeína. Negou alergias medicamentosas ou transfusões sanguíneas. Tinha a vacinação Anti-VHA e anti-VHB actualizadas. Os antecedentes pessoais e história familiar eram irrelevantes. Ao exame objectivo apresentava-se apirético, com parâmetros vitais normais, destacando- se a icterícia das escleróticas e da pele e discreta hepatomegalia.

       Foi efectuado estudo analítico, o qual revelou citólise hepática. Analiticamente observou-se o aumento muito acentuado das aminotransferases, aumento ligeiro da ϒ-GT e CK normal. Três dias depois da admissão, a desidrogenase lática apresentou valores altos, apesar de não ser um marcador com interesse para avaliar a lesão hepatocelular.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Caso 2:

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